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Que impactos o sismo de 19 de setembro de 2017 provocou nas edificações da Cidade do México?

15 outubro 2020 Habitat

O México é um território com uma vasta história sísmica, com registros sísmicos que datam de 1500, na qual se destacam sismos de grande intensidade, como os de 7S e 19S de 2017. Por considerar que a redução da vulnerabilidade sísmica é fundamental para o desenvolvimento sustentável de um país, o México concentrou esforços no desenvolvimento de conhecimento, na evolução dos regulamentos de construção e da preparação de profissionais idôneos para a sua aplicação, que são elementos essenciais para aumentar a sua capacidade de resiliência. 

* Este artigo foi publicado na Revista Geociências SURA | Edição 3 | Março de 2018. 

 

As aprendizagens dos sismos no México ao longo da história incentivaram o desenvolvimento de pesquisas que geraram mudanças nas Normas de Sismo Resistência, o que fez com que fossem implementados requisitos em todas as etapas dos desenhos, como, por exemplo, estudos detalhados das características do solo e os efeitos locais dele sobre as edificações, maior conhecimento dos métodos de análise e desenho estrutural, utilização de materiais sismorresistentes e maiores controles durante a etapa do processo construtivo. 

A evolução das Normas de Sismo Resistência no México deixa um balanço positivo do sismo de 19S de 2017, no qual só uma pequena porcentagem das edificações construídas na Cidade do México colapsou ou sofreu danos importantes, o que demonstrou que as mudanças geradas nas normas foram essenciais para conseguir uma redução de vulnerabilidade sísmica.

 

A SURA atualmente está apoiando o desenvolvimento de estudos de avaliação estrutural e desenhos de reparação/reabilitação de aproximadamente 40 edificações na Cidade do México, no Estado do México, em Puebla e em Morelos.

 

Gestão de edificações afetadas por sismo 

A magnitude e severidade do dano que uma estrutura pode sofrer por sismo depende de diversos fatores, como as características do solo de apoio, a qualidade do desenho estrutural, a tipologia estrutural, os materiais de construção e a presença de irregularidades. 

A presença de danos em um edifício implica realizar uma revisão detalhada dele, a fim de determinar se pode ser reparado, reabilitado ou se, dependendo da severidade do dano, é conveniente demoli-lo e construí-lo novamente.

Sistemas estruturais com melhor desempenho durante o sismo de 19S de 2017:

  • Estruturas de alvenaria de baixa altura com continuidade de muro da fundação à cobertura. 
  • Estruturas com estacionamentos no exterior da edificação, eliminando a possibilidade de debilidade da base da estrutura. 
  • Sistemas duplos ou combinados. Estruturas rígidas cujos deslocamentos são menores que os de colunas e cintas de concreto. 
  • Estruturas de aço que, pelo seu desenho moderno e pela sua altura, apresentam uma forma de vibrar muito diferente à predominante do solo. 
  • Edificações construídas depois de 1985.
  • Estruturas em muros de concreto reforçado.

As técnicas de reabilitação mais empregadas para o reforço de edificações de altura média, que sofreram danos com o sismo de 1985, foram a encamisada de colunas e vigas de concreto reforçado. Em edificações de maior altura, a técnica predominante foi a inserção  de muros de concreto reforçado e escoras metálicas.

Atualmente, o grande desenvolvimento de novas tecnologias usadas em diferentes partes do mundo tem se destacado na busca de melhoras no desenho sísmico das edificações.

 

Um balanço positivo

O sismo de 19S de 2017 evidencia que os danos apresentados nas edificações dependem, principalmente, do sistema estrutural e da área onde está localizada a edificação. Se for feita uma análise detalhada, na qualconsiderem quais foram as estruturas que se comportaram adequadamente na Cidade do México, tanto no sismo de 1985 quanto no de 19S de 2017, poderemos concluir facilmente que os sistemas duplos e combinados foram algumas das tipologias que tiveram melhor desempenho sísmico.

De acordo com a opinião do mestre Francisco García Álvarez, o sismo de 19S de 2017 teve características diferentes do sismo que ocorreu em 1985, já que neste a grande distância entre o epicentro e a Cidade do México (400 km) fez com que os altos conteúdos de frequência do sismo desaparecessem e somente as baixas frequências, que excitaram estruturas entre 8 e 15 andares, permanecessem.

enquanto no sismo de 2017, que tinha um epicentro mais próximo à cidade (aproximadamente 120 km), foi possível filtrar as altas frequências e, portanto, afetou edificações de menor altura, com o inconveniente de que estas são as mais predominantes.

Para uma megacidade, como a Cidade de México, o número de edificações afetadas pelo sismo de 19S de 2017 foi baixo. O caminho para a resiliência sísmica marca um desafio que busca reduzir substancialmente a vulnerabilidade do meio construído, o qual implica em interconexões com os mecanismos de comunicação da sociedade.

Em conclusão, o esforço mundial para conseguir maior capacidade de resiliência tem sido enfocado na utilização de novas tecnologias, tanto para o desenho de edificações novas quanto para a implementação de alternativas de reabilitação, como sistemas de dissipação de energia e isolamento sísmico, que requerem um aumento nos custos de investimento inicial, mas significam uma redução considerável de danos estruturais eperdasassociadasàinterrupçãodos negócios, traduzindo-se em um menor custo total distribuído durante a vida útil esperada da edificação.

Fontes

  • Elizabeth Cardona Rendón. Engenheira civil e especialista em Engenharia Sismorresistente da Universidad Eafit.
  • Francisco García Álvarez. Engenheiro civil, mestre em Engenharia. Presidente da Sociedade Mexicana de Engenharia Estrutural.
  • Francisco García Jarque. Engenheiro civil e mestre em Engenharia.
  • Gloria María Estrada Álvarez. Engenheira civil, especialista em Engenharia Ambiental, especialista e mestre em Engenharia Sismorresistente.
  • Juan David Rendón Bedoya. Engenheiro civil e especialista em Estruturas da Universidad Nacional de Colombia. 
  • Mario Rodríguez Rodríguez. Engenheiro civil, mestre e doutor em Estruturas, pesquisador de dedicação exclusiva do Instituto de Engenharia da UNAM. 
  • Victoria Luz González Pérez. Engenheira civil da Universidad de Medellin, especialista e mestre em Engenharia Sismorresistente da Universidad Eafit.