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Metodologia SURA para a avaliação de edificações pós-sismo

15 outubro 2020 Habitat

A SURA desenvolveu uma metodologia de avaliação pós-sismo que é aplicada somente por especialistas em engenharia estrutural para o diagnóstico, classificação de danos e definição de soluções de intervenção de edificações afetadas por sismo. 

* Este artigo foi publicado na Revista Geociências SURA | Edição 3 | Março de 2018.

 

Origem 

O sismo de magnitude 6.2 Mw, a uma profundidade de 10 km, na cidade de Armênia (Colômbia), dia 25 de janeiro de 1999, gerou nas diretivas da SURA, particularmente no seu presidente, Gonzalo Alberto Pérez, a necessidade de desenvolver uma metodologia própria da companhia para a avaliação de edificações pós-sismo.

Ainda que a atenção pós-sismo da SURA nas áreas afetadas pelo sismo de Armênia tenha contado com a participação de um grupo de engenheiros estruturais, não havia uma metodologia que permitisse homologação e critérios unificados para a avaliação das edificações afetadas. Esse sismo foi o que inspirou a metodologia de avaliação pós-sismo da SURA.

A metodologia foi enfocada em conseguir unificar procedimentos e critérios de avaliação, orientados ao diagnóstico e a classificação de danos objetivos, para apoiar decisões de reparação, reabilitação ou reconstrução das edificações dos clientes, de acordo com os regulamentos de construção sismorresistentes aplicáveis e os avanços do estado da arte em engenharia estrutural no mundo. 

 

“A Suramericana foi visionária ao desenvolver essa metodologia. Ela não está só pensando em pagar pelos danos, mas também em ajudar a construir cidades mais resilientes e menos vulneráveis, que estejam mais preparadas para enfrentar outro sismo”. 

Juana Llano, vice-presidente de Seguros da SURAMERICANA S.A.

 

Desenvolvimento e implementação 

O desenvolvimento da metodologia de avaliação pós- sismo da SURA desde o princípio, no ano de 2005, foi liderado pela engenheira Gloria María Estrada, atual gerente de Geociências da SURA no âmbito regio- nal, com a participação de três assessores externos, cientistas e estagiários, de engenharia estrutural, os engenheiros Juan Diego Jaramillo, Roberto Rochel e Álvaro Pérez. Essa equipe desenvolveu a primeira versão da metodologia que foi concluída em 2008.

Algumas semanas depois de ter ocorrido o sismo de magnitude 8.8 Mw, no Chile, dia 27 de fevereiro de 2010, esse grupo de profissionais realizou uma visita de reconhecimento nas principais áreas afetadas para, dessa forma, pôr à prova a metodologia em edificações de diferentes tipos e com diversos níveis de dano. 

Para o desenvolvimento dessa metodologia, foram estudados diferentes critérios e propostas existentes no mundo, entre os quais podemos destacar os da Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos (FEMA, na sigla em inglês), do Programa Nacional de Pesquisa de Riscos de Terremotos dos Estados Unidos (NEHRP, na sigla em inglês) e algumas publicações específicas da Associação Colombiana de Engenharia Sísmica (AIS, na sigla em espanhol).

A principal contribuição da metodologia da SURA, com relação aos enfoques existentes, foi obter um diagnóstico e classificação de danos baseados em dados quantitativos, o que permite uma visão objetiva, fundamentada em critérios de engenharia. 

Os engenheiros Elizabeth Cardona, Victoria González e Juan David Rendón foram integrados a essa equipe de trabalho, entre 2012 e 2015, e agora fazem parte da equipe de Geociências da SURA. Uma vez que se trata de uma metodologia dinâmica, que busca estar na vanguarda dos avanços em engenharia estrutural e sísmica, foi submetida a processos de revisão e feedback de especialistas externos, como é o caso dos engenheiros Francisco Pérez, da empresa Andes Ingeniería, e Alejandro Pérez, da empresa Proyectos y Diseños.

Para a implementação dessa metodologia, a SURA treinou equipes externas de especialistas em engenharia estrutural. Em 2008, na Colômbia, a SURA contava com um grupo de 60 engenheiros estruturais capacitados. Atualmente, a companhia ampliou esse grupo e conta com especialistas na Colômbia, no Chile e no México, o que lhe oferece uma melhor capacidade de resposta.

A prova mais importante dessa metodologia ocorreu no ano de 2017, no plano de avaliação da SURA, posterior ao sismo de 19S de 2017, no México, do qual um grupo de mais de 70 engenheiros especialistas em estruturas participou.

A partir dessa experiência, permaneceram aprendizagens muito valiosas, mas o mais relevante é a convicção da sua importância para canalizar esforços para a resiliência sísmica da nossa região, em busca de que se reparem, reabilitem e reconstruam edificações em conformidade com os avanços da engenharia.

Tomás Isaza, atual Diretor de Seguros da SURA México, promoveu e apoiou o desenvolvimento da metodologia da SURA para a avaliação de edificações pós-sismo desde 2005 e, depois de ver sua aplicação no México, está convencido da sua eficácia para atender às necessidades dos clientes afetados por sismos. 

 

Em que consiste a metodologia da SURA para a avaliação de edificações pós-sismo? 

Consiste em acompanhar o cliente com especialistas em engenharia estrutural em duas etapas fundamentais:

  • diagnóstico e classificação de danos – a partir de visitas de inspeção realizadas exclusivamente por engenheiros estruturais, um manual padrão de levantamento de danos é seguido. Os resultados são analisados por uma equipe centralizada de especialistas, que gera o relatório de classificação de danos de cada edifício; 
  • definição de métodos de reparação, reabilitação ou reconstrução, conforme os danos. 

 

Como funciona o procedimento realizado pela SURA para a classificação de danos?

  1. Identifica as áreas afetadas por sismo.
  2. Envia engenheiros estruturais às áreas afetadas para realizar o levantamento dos danos nas edificações asseguradas.
  3. Processa os dados de campo para classificar os danos de cada uma das edificações em uma dessas três categorias: risco de colapso; avarias menores; danos especiais.
  4. Elabora um relatório com a classificação de danos e indica as recomendações ou estudos complementares necessários para a definição dos métodos de intervenção.

As etapas e categorias para a classificação de danos são: 

Etapa 1. Diagnóstico e classificação de danos.

  • Manual para o preenchimento do formulário de campo, para conseguir critérios unificados;
  • Formulário para o levantamento de informação em campo, feito por engenheiros estruturais, para caracterizar o edifício e os danos pós-sismo nas áreas afetadas; 
  • Análise de formulários preenchidos em campo, executada por uma equipe centralizada de especialistas. 
  • Programa para a geração de relatórios de diagnóstico e classificação de danos, baseado no processamento de formulários de campo.

Categoria 1. Risco de colapso. Edificações cujos danos provocam colapso ou risco de colapso, que requerem demolição e construção de uma nova edificação, baseada nas normas de desenho sísmico aplicáveis.

Categoria 2. Avarias menores. Edificações com danos menores reparáveis mediante procedimentos padrões.

Categoria 3. Danos especiais. Requerem estudos complementares para definir a solução mais adequada de intervenção pós-sismo. 

Etapa 2. Definição dos métodos de reparação, reabilitação ou reconstrução, segundo o nível de danos.

  • Estudos complementares a cargo de empresas especializadas em engenharia estrutural, com amplo conhecimento e experiência, para definir a intervenção mais adequada do edifício.

 

Conexão com a megatendência de urbanismo

A metodologia da SURA para a avaliação pós-sismo permite oferecer um tratamento adequado às edificações afetadas e, ao mesmo tempo, promove o desenvolvimento de conhecimento, que também serve de feedback para a gestão de risco sísmico na América Latina.  

Dessa maneira, estudos e desenhos de caráter preventivo são propiciados com base nos conhecimentos adquiridos sobre como conseguir um melhor desempenho sísmico das edificações, o que se conecta de maneira direta com a megatendência de urbanismo.

Como parte dessa megatendência, todas as oportunidades de redução de danos por sismo são potencializadas para construir cidades mais resilientes, porque, para as pessoas, as empresas e a sociedade em geral, sempre será mais cara a atenção pós-sismo do que a gestão pré-sismo. A SURA, com essa e outras iniciativas, quer oferecer experiência, conhecimento e convicção à região.

Fontes

  • Álvaro Pérez Arango. Engenheiro civil da Universidad Nacional de Colombia. Mestre em Dinâmica Estrutural e Engenharia Sísmica do Instituto Técnico de Karlsruhe, Alemanha.  
  • Gloria María Estrada Álvarez. Engenheira civil, especialista em Engenharia Ambiental, especialista e mestre em Engenharia Sismorresistente. Gerente de Geociências da Suramericana. 
  • Juan Diego Jaramillo Fernández. Engenheiro civil, mestre em Engenharia Sismorresistente e doutor em Engenharia.  
  • Roberto Rochel Awad. Engenheiro Civil, mestre em Estruturas; professor emérito da Universidad Eafit, professor convidado da Universidad del Norte, da Universidad Nacional de Medellín, da Universidad de Antioquia e da Universidad Industrial de Santander.